Segundo Dalton Silvano (PSDB), há indefinições com agência e Prodam, mas valor deve ser inferior a R$ 300 mil
Legislativo quer elevar transparência com nova página, que terá mais interatividade e espaço para uso de vereadores
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
A Câmara de São Paulo promete estrear hoje um site com o objetivo de aumentar a transparência, mas que deve entrar no ar com uma dúvida que depõe contra a ideia: não se sabe quanto custou.
A página foi feita por servidores da Câmara, técnicos da Prodam (estatal de processamento de dados) e a agência de publicidade Contexto.
Segundo Dalton Silvano (PSDB), presidente da Diretoria de Comunicação Externa, há ainda questões em aberto.
Uma delas envolve a Prodam. A empresa apresentou uma tabela por hora de serviço, mas Silvano diz que não sabe quanto ou se pagará.
É possível incluir o valor em um dos contratos que a Prodam tem com o Legislativo. O serviço da estatal deve custar cerca de R$ 150 mil.
Outra questão envolve a Contexto. De acordo com Silvano, a agência ajudou a elaborar o site, mas não firmou nenhum contrato para isso.
Segundo ele, a expectativa da Contexto era que fosse cumprido o contrato de R$ 8,5 milhões que tem com o Legislativo desde junho para campanhas publicitárias.
A agência ficaria com uma comissão de 20% sobre o valor pago a rádios, TVs e jornais pelas inserções -o chamado "desconto de agência", comum no mercado.
O problema é que o contrato não será cumprido -será gasto só R$ 1 milhão do total. O valor será destinado a inserções sobre as audiências do Orçamento 2011. Com isso, diz o vereador, terá de pagar algo à agência pelo site.
Outro custo ignorado é o dos funcionários. "Só realocamos gente. Ninguém foi ou será contratado", diz.
Mesmo sem esses parâmetros, Silvano diz que o gasto total para criar o site "não passará de R$ 300 mil."
"CUSTO DO MANDATO"
Uma das novidades do site será a divulgação das listas de presença e de votação nas comissões e sessões.
Também promete detalhar dados do orçamento da Câmara, contratos e pagamentos a fornecedores. Outra inovação será o link "custo do mandato", com as verbas usadas pelos vereadores.
Também haverá dados sobre pessoal, mas a transparência não será total: os salários de assessores e funcionários não serão divulgados.
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