Cantareira deixa posto de maior sistema de São Paulo

Pela 1ª vez desde 1973, Guarapiranga passa a fornecer mais água em SP; Com o agravamento da crise, volume de água tratada no Cantareira caiu de 33 mil litros por segundo para 14 mil.

Por Fabrício Lobel

Pela primeira vez desde a sua inauguração, em 1973, o Cantareira deixou de ser o sistema que fornece mais água para a Grande SP.

Desde fevereiro, o posto é ocupado pelo Guarapiranga, que abastece principalmente a zona sul da capital paulista e distribui 14,5 mil litros de água por segundo, contra os 14 mil litros do Cantareira.

Maior do que os outros cinco reservatórios que abastecem a Grande São Paulo somados, o Cantareira opera com 12,9% da capacidade, já considerando o volume morto (água no fundo das represas que precisa ser bombeada à superfície).

Antes da crise, o Cantareira atendia 8,8 milhões de pessoas. Para suprir essa demanda, a água do sistema era tratada a um ritmo de 33 mil litros por segundo.

Com a queda no nível dos reservatórios, outros sistemas passaram a atuar em áreas antes abastecidas pelo Cantareira.

Com isso, o número de pessoas atendidas pelo sistema diminuiu gradualmente, até atingir 5,6 milhões, segundo dados divulgados pela Sabesp nesta segunda (9).

O número ainda é maior do que o da população atendida pelo sistema Guarapiranga: 4,9 milhões. A diferença se explica pelo padrão de consumo dos bairros atendidos.

Sobretaxa

Instituída para inibir o desperdício de água, a sobretaxa sobre aumento de consumo atingiu 12% das contas de água.

A parcela total de pessoas que aumentaram o consumo foi de 19% –nos dois meses anteriores, havia sido de 22%.

Parte desse grupo não pagará a sobretaxa por consumir menos de 10 mil litros mensais e, por isso, ser isenta de cobrança pela água.

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

Compartilhe
Rolar para cima