Foto: Zelito Sampaio
Qualquer entidade da sociedade civil pode organizar ou fazer parte de atividades em conjunto com outros parceiros até maio, quando ocorrerá grande encontro com todos os participantes.
Tatiana Vieira – [email protected]
Ao som das vozes do coral da Faculdade Zumbi dos Palmares e dos tambores do Bloco Afro Ilú Obá de Min, foi lançado esta semana o Fórum Social de São Paulo (FSSP). E a cultura, que é parte estruturante do processo do fórum, não poderia faltar. As atrações culturais iniciaram a plenária de abertura do lançamento na noite desta terça-feira e emocionaram cerca de 300 participantes, representantes de diversos movimentos.
A sala histórica do prédio da FAU Maranhão (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) estava lotada para conceber o FSSP, esse grande encontro de organizações da sociedade civil e cidadãos para dialogarem sobre o que fazer frente aos problemas que a cidade de São Paulo apresenta, debater soluções e formular propostas para resolvê-los. Afinal, a maior cidade do país está longe de ser a cidade que gostaríamos de morar, pois apresenta baixo índice de qualidade de vida, desigualdade social, violência, transporte coletivo ineficiente, serviços públicos sem qualidade e acessibilidade para todos, desemprego, entre outros.
Maria Lúcia Martins, coordenadora do programa de pós-graduação da FAU, ressaltou a importância em haver o diálogo entre sociedade e academia. “Estarmos aqui é uma oportunidade para dialogarmos também com as paredes históricas da FAU e desejarmos cidades mais vivas e cheias de gente”, disse. A escolha pelo local teve grande significado também, pois a FAU é um dos prédios mais antigos de São Paulo – que assim como a cidade, passou por diversas mudanças.
Participantes dos grupos de trabalho que formam o FSSP apresentaram a metodologia do fórum e o site. Um deles, Eleilson Leite, coordenador do Programa de Cultura da Ação Educativa, explicou que esse é um processo para se apropriar da cidade de São Paulo, principalmente da periferia.
Oded Grajew, empreendedor de vários movimentos e organizações – sendo dois deles o Fórum Social Mundial e a Rede Nossa São Paulo-, destacou que se as pessoas acreditarem que é possível uma sociedade mais justa e humana, “ninguém segura” a mudança. “As pessoas hoje não são mais dominadas pela força física, e sim, pela cabeça. Precisam perceber que juntas o cenário pode mudar e ser transformado, afinal, quem construiu o mundo que temos foram pessoas”.
Ele ainda explicou que um grande motivo para a criação do Fórum Social de São Paulo foi constatar que diversas organizações com a mesma atuação na cidade não se conversam e concorrem entre si. O objetivo do fórum é facilitar esse reconhecimento e o apoio mútuo entre esses movimentos e organizações, e a descoberta de convergência em suas ações, estimulando o lançamento de ações conjuntas para a resolução de graves problemas da cidade.
Para José Corrêa, membro do coletivo de ecologia urbana, a chave para impacto nas lutas para uma cidade melhor a todos é justamente a mobilização. “Queremos superar essa fragmentação”, apontou ele. Uma ferramenta importante nesse processo é o site do FSSP, construído em software livre e de forma colaborativa, que pretende ser um espaço de comunicação e divulgação de notícias das atividades que estarão acontecendo na cidade. A identidade visual do site ainda é provisória, já que foi feito um concurso para a escolha do melhor logotipo que representasse a proposta do fórum.
O FSSP vai acontecer de duas maneiras: descentralizada – com atividades realizadas por participantes, em qualquer lugar da cidade, ao longo dos próximos meses, até maio de 2011 – e centralizada – com um grande encontro que será a convergência de todas as atividades anteriores a ser realizado nos dias 21 e 22 de maio de 2011.
Há várias formas de entidades e cidadãos participarem do fórum, explicou Sergio Mauro (Sema), do ISA: organizar uma atividade autogestionada, construir articulações com outros grupos sobre temas comuns, aderir ao coletivo de articulação e integrar um grupo de trabalho para organização do fórum ou apenas participar de alguma atividade incluída na programação do FSSP. Cada organização e pessoa é bem-vinda ao FSSP desde que esteja de acordo com a Carta de Princípios e com a liberdade de se auto-organizar. Para Corrêa, o planeta precisa de uma nova civilização e a carta de princípios é a construção de uma nova cultura política. “O fórum não é um movimento, nem uma organização. Também não é vinculada a partidos políticos, porém tomamos partido!”, enfatizou.
Para mobilizar recursos para as atividades do fórum haverá arrecadação com pessoas físicas e realizações de eventos (shows, leilões etc). Confira aqui o calendário das próximas reuniões dos grupos de trabalho de Comunicação, Mobilização, Articulação e Mobilização de recursos.
Serviço:
Contato do Escritório do Fórum Social de São Paulo (sediado na Ação Educativa)
Endereço: Rua General Jardim, 660
Tel: (11) 3151-2333 r. 157
E-mail: [email protected]
Twitter: @_FSSP
Site: www.forumsocialsp.org.br


