Presidente do Metrô é questionado sobre gastos com ‘grandiosidade’ de estações

Presente no Fórum Mobilidade Urbana: Tarifa e Financiamento, promovido pelo Ministério Público paulista e Rede Nossa São Paulo nesta segunda e terça-feira (7 e 8), o presidente do Metrô de São Paulo, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, foi questionado sobre o custo que o sistema tem com a construção de estações. Para alguns participantes do evento, as obras são demasiadamente grandes e requintadas, podendo o dinheiro gasto com elas ser empregado na melhoria da prestação do serviço.

“Não concordo que as estações do Metrô são muito grandes. O fato de embelezar por fora está dentro do contexto urbanístico local e não pode ser confundido com sua extensão interna”, disse Pacheco, interrompido pelo promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes: “A do Butantã é enorme”.

Segundo Pacheco, o objetivo da empresa sempre é o de “dar um pouco mais de conforto para o usuário” e que o tamanho das estações já foi motivo de muita discussão dentro do Metrô. “Houve momentos em que pressionaram no sentido de que (o tamanho) fosse reduzido, mas isso gerou questões operacionais”, justificou.

Gastos com segurança

O presidente também foi questionado pelo gasto com segurança no Metrô, observado em planilhas apresentadas pela empresa no primeiro dia do fórum. “Temos a tendência natural de subestimar o caráter pacífico do nosso povo. Não considero razoável o valor do gasto com segurança. Acho que há uma neurose, é um investimento mal feito”, analisou o promotor. “Já se pensou em não colocar essa segurança privada, para reduzir-se o gasto?”, disse Ribeiro Lopes, se dirigindo a Pacheco.

“Vamos discutir essa sua ideia e ver o que o pessoal da nossa área de operação diz”, respondeu o presidente, explicando, no entanto, que se trata de um tema complexo. “Recebi uma carta esses dias de uma usuária que pediu mais seguranças do sexo feminino”, comentou. “Se por um lado, temos o aspecto de sair da paúra que é segurança, há preocupação com relação a questões como esta. Tivemos um cidadão na Sé essa semana que pegou uma faca e saiu esfaqueando gente dentro do Metrô”, justificou.

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